Analise Petroleo (BRENT) – 09 Outubro 2025

O petróleo encerrou a sessão desta quinta-feira em queda, após o anúncio de um cessar-fogo parcial em Gaza que reduziu de maneira expressiva o prêmio de risco geopolítico incorporado às cotações do óleo bruto. De acordo com dados da ATFX, o Brent fechou cotado a US$ 64,81 por barril, acumulando desvalorização de 1,36% no pregão.

A sinalização de menor probabilidade de escalada do conflito no Oriente Médio enfraqueceu a tese de interrupções potenciais no fornecimento global, levando investidores a realizarem parte dos ganhos obtidos recentemente.

Adicionalmente, o fortalecimento do dólar norte-americano representou outro vetor de pressão baixista, uma vez que a valorização da moeda encarece o preço efetivo das commodities para agentes que operam em outras divisas, estimulando fluxos de saída. Até o momento, não há evidências de que os principais produtores da região estejam considerando ajustes imediatos na produção.

Vale destacar que eventuais decisões sobre cortes ou ampliações de oferta permanecem condicionadas a consenso dentro da OPEP+, estrutura que exige coordenação estreita entre seus membros e, portanto, tende a postergar mudanças abruptas no curto prazo.

Analise Ouro (XAUUSD) – 09 Outubro 2025

O ouro encerrou a sessão desta sexta-feira em forte retração, registrando queda superior a 2%, em um movimento de correção técnica associado à diminuição das tensões geopolíticas e ao consequente realinhamento no apetite ao risco global.

Após sucessivas sessões de valorização que levaram o metal a patamares recordes, o mercado reagiu às notícias de avanços em negociações diplomáticas que atenuaram parte das incertezas externas, reduzindo a demanda por ativos de proteção. No fechamento, a cotação em dólares recuou para aproximadamente US$ 3.949,86 por onça troy, configurando perda de 2,29% frente ao pregão anterior.

Do ponto de vista fundamental, a queda reflete a compressão do prêmio de risco anteriormente embutido nos preços, uma vez que a menor percepção de instabilidade reduziu a urgência de fluxos defensivos direcionados ao ouro. Contribuíram ainda para a pressão vendedora a busca por liquidez e a valorização relativa do dólar frente às principais divisas, fatores que ampliaram a correção intradiária.

Em síntese, o movimento de hoje sugere que, embora a tendência estrutural de alta permaneça válida no médio prazo, os investidores estão propensos a realizar lucros e reequilibrar posições à luz de um cenário geopolítico menos adverso. Sob a ótica técnica, um fechamento consistente abaixo de US$ 3.940 nos próximos pregões pode abrir espaço para uma correção mais ampla, tendo como suporte imediato a região de US$ 3.900.

Noticias de mercado – 09 Outubro 2025

Os índices futuros em Nova York operam próximos da estabilidade nesta quinta-feira (9), em movimento de consolidação após os recordes de fechamento do S&P 500 e do Nasdaq na sessão anterior. O mercado norte-americano ajusta posições enquanto investidores aguardam novos discursos de dirigentes do Federal Reserve e a divulgação do balanço da PepsiCo, que pode oferecer sinalizações relevantes sobre o consumo doméstico.

Na Europa, as bolsas exibem desempenho misto, refletindo a realização de lucros após os recordes da véspera. O setor bancário em Londres lidera as quedas, pressionado por movimentos de realização e por incertezas regulatórias, enquanto a instabilidade política na França segue adicionando volatilidade ao mercado regional.

No Brasil, o Ibovespa deve enfrentar obstáculos para sustentar o movimento de alta, diante da queda do petróleo e de um ambiente externo mais cauteloso. A valorização do minério de ferro, impulsionada pelo retorno da liquidez após o fim do feriado da Golden Week na China, tende a oferecer algum suporte ao índice, especialmente para as ações ligadas ao setor de mineração e siderurgia.

No campo político, a rejeição da Medida Provisória do IOF deve ser interpretada de forma positiva pelo mercado: além de sinalizar perda de capital político do presidente Lula, o episódio abre espaço para discussões sobre uma eventual flexibilização da meta fiscal, reduzindo parte da incerteza no radar dos investidores.